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Foto do escritorbeatriz basto

Relato Textual: A Morte de Emily Davison

No dia 4 de junho de 1913, ocorreu uma das mais prestigiadas corridas de cavalos da Inglaterra - o Derby de Epsom. Este evento anual ficou marcado pela morte de Emily Davison, uma sufragista, que, com o intuito de trazer mais atenção à causa, posicionou-se na curva final do circuito da prova de cavalos, escondendo-se no meio da multidão, até ao momento em que o cavalo do rei George V passa. É aqui que Davison corre em direção à pista, com um cartaz de apoio ao direito feminino ao voto, acabando por ser atropelada e morrendo 4 dias depois.


Não se sabem ao certo as motivações da ativista, se o objetivo era mesmo o suicídio ou se apenas colocar um cartaz sobre o movimento sufragista no cavalo. Apesar de o acontecimento ter sido gravado e mostrar, de facto, a ativista a colocar-se em frente ao cavalo com o cartaz, os objetivos desta permanecem até hoje um mistério. Muitos apontam para o suicídio como a intenção da sufragista, como forma de gerar ruído e de chamar a atenção para a causa. Tais acusações devem-se ao estatuto e reputação que Emily tinha ganho de ser uma militante radical. Porém, foi encontrado junto do seu corpo um bilhete de comboio de regresso e um outro bilhete para atender a um evento no dia seguinte, apontando que talvez não era o seu intuito aquele desfecho tão trágico.

É neste seguimento que eu gostaria de ter feito a cobertura deste acontecimento, não só para poder ter a oportunidade de registar um marco importantíssimo na luta pelos direitos da mulheres, mas também para trazer mais claridade acerca da história de Emily Davison, que só por si foi uma figura importantíssima no que toca ao movimento sufragista na Inglaterra, captando ao pormenor o momento que antecedeu a tragédia.


A fotografia seria tirada no momento antes de Emily Davison ser abalroada, captando tanto o cartaz que a acompanhava bem como a expressão da própria. No fundo seria visível as caras de espanto dos espectadores que se encontravam à volta do circuito e que estariam estupefactos, primeiramente, por verem alguém a colocar-se no circuito, e, segundo, por se aperceberem do perigo que tal ato iria trazer.


A imagem obtida seria horizontal e a cores, primeiramente, de modo a conseguirmos juntar num só frame o maior número de elementos possíveis, nomeadamente, o número de pessoas que estavam a assistir a corrida, para mostrar a dimensão do evento e, numa segunda instância, para conseguirmos identificar as cores do movimento sufragista (verde, roxo e branco). Esta segunda escolha, teria como função trazer mais vivacidade à imagem e ao momento capturado.


A fotografia obtida tem dois objetivos. Por um lado, tem uma componente mais factual e histórica, servindo como artefacto e prova, contribuíndo para o registo da tragédia, mas também como uma forma de chegarmos mais próximos da verdade, no que toca a entender os pensamentos e motivações de uma figura tão importante na luta feminista. Por outro lado, a fotografia pretende comunicar toda a coragem envolvida neste ato de uma mulher que estava disposta a arriscar tudo para chamar a atenção para uma causa e pela luta pela igualdade política e direitos iguais. Assim, apesar de objetivamente representar uma só pessoa, a fotografia representaria todo um conjunto de mulheres que ao longo dos séculos XIX e XX lutaram para conquistar o direito ao voto, sendo uma forma de fazer perdurar o seu legado e luta.



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